A Indústria 4.0 e as tendências trazidas com esse conceito estão mudando os processos das empresas, desde o back office até o chão de fábrica. Apesar das novas tecnologias estarem chegando aos poucos às indústrias brasileiras, é importante que os gestores comecem a se preparar para reestruturar processos e melhorá-los com o uso dessas ferramentas.
Uma das mudanças promovidas é na comunicação industrial, que agora depende cada vez menos de presença física e de registro material para ser realizada — e acontece por meio de redes. Para explicar mais sobre essa mudança, conversamos com Marcel Santos, diretor da Tecfy. Ficou interessado em saber mais sobre o tema? Então continue a leitura!
O que é e qual é a função das redes de comunicação industrial?
A comunicação industrial é o principal elo entre os diferentes setores dentro de uma indústria. É por meio dela que são trocadas as principais informações sobre o processo produtivo. Quando executada da melhor forma possível e com menos ruídos, menos problemas a fábrica terá.
Muitas empresas ainda contam com modelos de comunicação baseados em registros físicos, que demandam muito tempo para ser transmitidos a todos os envolvidos nas atividades da indústria. Além disso, há o grande risco da informação chegar de forma incompleta ou até mesmo se perder em meio às burocracias para a difusão das mensagens e dos comandos.
Criadas para diminuir os problemas provocados pela transmissão de informações de forma manual, as redes de comunicação industrial facilitam a interação entre os trabalhadores e os equipamentos. Com a chegada das novas tecnologias, esses sistemas estão se tornando cada vez mais modernos e garantindo melhorias nas linhas de produção.
“A Internet está propiciando você ter um acompanhamento em tempo real e, consequentemente, melhorando a comunicação de toda cadeia de valor da indústria — do cliente final, dos fornecedores, do varejo, dos distribuidores ou da logística”, explica Marcel Santos.
Segundo o diretor da Tecfy, as redes de comunicação permitem que os processos sejam mais descentralizados. Quando há o investimento em uma estrutura mais eficiente e que funcione em tempo real, maiores são as chances de obter sucesso na indústria.
“O mundo está cada vez mais eficiente, mais competitivo. Então, qualquer desperdício hoje é sinônimo de prejuízo em um processo produtivo. A tecnologia permite o acompanhamento desses indicadores de produtividade das máquinas na linha de produção, bem como a automação dessas máquinas — por meio da mão de obra com mais valor agregado”, completa Marcel.
Como a estagnação dos processos impacta a comunicação industrial?
A agenda da Indústria 4.0 ainda não teve grandes avanços no Brasil, e o país ainda ocupa a 64ª posição no Índice Global de Inovação. Isso simboliza uma perda de oportunidades de aumentar a produtividade, ganhar vantagens competitivas no mercado e, principalmente, de reduzir custos — já que segundo a Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), quando a indústria brasileira migrar para essa nova tendência, a economia anual será de 73 bilhões de reais.
“Se uma indústria hoje não tiver um plano claro de transformação, seja do seu negócio, seja dos seus processos, ela não vai garantir o seu futuro. O que foi feito até hoje não garante o futuro de amanhã”, enfatiza Marcel Santos.
Independentemente do tamanho da sua empresa ou da área de atuação dela, é importante considerar a adoção de novas tecnologias da informação para melhorar a rede de comunicação industrial.
“Mesmo quem está na zona de conforto, é líder de mercado e acha que isso não vai atingir, está errado. Hoje, quando você gera uma demanda no Brasil e a China já está gerando a próxima produção para te entregar aqui”, destaca o diretor da Tecfy.
Quais são as perspectivas de automação na comunicação?
Inovações como a Internet das Coisas, o Big Data, o Machine Learning e a Inteligência Artificial podem ajudar toda a sua equipe no processo de tomada de decisão, oferecendo dados mais precisos e completos sobre toda a cadeia de produção.
“Quem tem informação mais coerente e quem faz a pergunta certa, consequentemente, vai usá-las em prol do seu diferencial competitivo”, diz Marcel.
Com a Internet das Coisas é possível conectar-se às máquinas da sua empresa em tempo real, tornando as operações mais rápidas e eficientes. Por meio de sensores, você pode identificar qual é o estado das peças dos equipamentos e fazer manutenções preventivas nos componentes que apresentarem algum sinal de início de desgaste, por exemplo.
Já o Big Data — que faz coleta e a análise de milhares de dados da sua empresa — ajuda você e a sua equipe a terem mais visibilidade da operação, sobretudo dos pontos que precisam de avanços ou melhorias. Com ferramentas que automatizam essa análise, sua empresa ganha mais tempo para outras atividades focadas no core business.
Outra alternativa mais simples, mas que reduz a quantidade de meios físicos na sua empresa é utilizar uma rede wireless, ou seja, que não precisa de cabos para fazer a comunicação. Essa troca traz ganhos relacionados a:
- segurança física dos colaboradores, pois diminui a quantidade de cabos no chão de fábrica;
- possibilidade de executar manutenções a distância, principalmente em áreas de risco para o uso de equipamentos cabeados;
- facilidade para conexão com qualquer máquina ou robô no chão de fábrica.
Existem ainda as soluções de Business Process Management (BPM) que ajudam os gestores a terem mais controle dos processos, desde os setores operacionais até o chão de fábrica — o que proporciona muito mais agilidade na tomada de decisões. Aliadas a outras tecnologias, essas soluções podem facilitar a comunicação industrial na sua empresa.
Gerar tantos avanços tecnológicos para as redes de comunicação industrial pode parecer um passo muito grande, tendo em vista que até bem pouco tempo atrás as redes analógicas ainda eram muito utilizadas. No entanto, vale lembrar que essas inovações podem gerar benefícios no curto e no longo prazo, tornando seu processo produtivo mais ágil e com mais qualidade.
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